"Salvação, uma dádiva a ser desenvolvida" Vitalidade e aprimoramento do Evangelho entre os Filipenses (FP 2.12-16)

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Estudo na carta de Paulo aos Filipenses

Notes
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Introdução

A teologia produz vida. James Montgomery Boyce diz que a verdade conduz à ação. em seguida ao hino de salvação (Fp 2.6–11), Agora Paulo vai apontar a prática do conhecimento da verdade então aplica incisivamente tudo aquilo por onde ja passou nessa carta. O chamado aqui é para a obediência.
O conhecimento e a experiência não têm nenhum valor se não nos ajudam a viver nos vales da vida e se não nos capacitam a viver em amor. Depois que Paulo tratou do exemplo de Cristo, falando acerca da Sua humilhação e exaltação, volta a exortar a igreja à obediência e à unidade. Meus irmãos Paulo é um pastor e, por isso, antes de exortar os crentes, revela a eles o seu amor, chamando-os de “amados meus” (1.7,8; 2.12). Paulo tem tato e diplomacia ao lidar com as pessoas, especialmente quando vai exortá-las à obediência (Gl 6.1).
Bom se olharmos para a igreja de Filipos o que estava acontecendo com eles - DESARMONIA (Fp 2.3) e por conta do EGOISMO (Fp 2.4), no verso 12 vemos que o exemplo de Cristo é o nosso maior estímulo e a principal razão para a igreja viver em obediência, Paulo mostrou o exemplo da humilhação de Cristo para guiá-los, e o exemplo da exaltação de Cristo para encorajá-los. O que nós cremos precisa se refletir em nosso modo de vida. Nossa teologia precisa produzir vida.
O ensino de Paulo nos mostra que a doutrina sempre conduz ao cristianismo prático. Quanto mais estudamos teologia, tanto mais humildes deveremos ser. Quanto mais luz temos na mente, tanto mais amor deveremos ter no coração.
Um outro ponto importante aqui , meus irmãos se dá ao fato de que Alguns crentes estavam muito dependentes da presença física de Paulo em Filipos para viverem de conformidade com a Palavra. Esses crentes sofriam de uma espécie de nostalgia, vivendo um saudosismo dos tempos áureos que Paulo esteve com eles (Fp 1.27). Contudo, Paulo estava preso em Roma, e eles deveriam manter o mesmo compromisso, apesar da sua ausência. Eles deveriam pôr a sua confiança em Deus, e não na presença do apóstolo entre eles.
O Teologo Hendrikssen vai dizer assim...O cristão obedece não porque o pastor está presente, ou para agradar a esse ou àquele grupo. Sua obediência independe das circunstâncias e das pessoas.
Então vamos olhar de perto esses versos.
A salvação recebida (Fp 2.12 “12 Assim, meus amados, como vocês sempre obedeceram, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvam a sua salvação com temor e tremor,” )
A salvação não é uma conquista do homem, mas um presente de Deus. Ela é nossa, não por direito de conquista, mas por dádiva imerecida. A salvação não é um prêmio pelas nossas obras, mas um troféu da graça de Deus. Ela é um um presente de Deus a nós, e não uma conquista nossa (2.12). Quando o apóstolo Paulo diz: “… desenvolvei a vossa salvação…” (Fp 2.12; grifo do autor), ele não está afirmando que ela nos pertence por direito de conquista. Ela é nossa porque nos foi dada. Ela é nossa porque alguém a comprou por um alto preço e deu para nós gratuitamente. A nossa salvação foi comprada por um alto preço. Ela não foi comprada por prata ou ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo (1Pe 1.18,19 Olhem o quepedro vai dizer - 18sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram“19 mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula.” ).
Meus irmãos, a salvação verdadeiramente nos pertence (2.12). Muitos cristãos, por não estarem arraigados nas doutrinas da graça, ficam inseguros acerca desse ponto, pensando que a salvação nos é dada num momento e tomada em outro; que podemos estar salvos num dia e perdidos no outro. Isso é absolutamente impossível. A salvação é um presente que nos foi dado para sempre (Rm 8.1). Uma vez salvo, salvo para sempre (Rm 8.31–39). Uma vez membro da família de Deus, jamais seremos deserdados (Rm 8.17). Uma vez ovelha de Cristo, jamais alguém poderá nos arrancar da mão de Cristo (Jo 10.28). NOSSO PASTOR DO APRISCO.
VAMOS UM POUCO MAIS FUNDO AQUI
A soberania de Deus não anula a responsabilidade humana (2.12). Infelizmente Há dois equívocos muito comuns acerca da salvação: o primeiro deles é pensar que a salvação é o resultaNdo do esforço humano. A maioria das religiões prega que o homem abre o seu próprio caminho rumo a Deus. Por conseguinte, a salvação é o resultado de mero esforço humano.
O segundo equívoco é pensar que a salvação é uma parceria do homem com Deus. O sinergismo prega que a salvação é resultado da obra de Deus conjugada com a cooperação humana. O versículo 12 não diz: “trabalhai para a vossa salvação”, mas “desenvolvei a vossa salvação”. Ninguém pode desenvolver a sua salvação a não ser que Deus já tenha trabalhado nele.
A verdade bíblica é que a salvação é obra exclusiva de Deus. Contudo, o fato de Deus nos dar graciosamente a salvação, não significa que ficamos passivos nesse processo. A salvação é de Deus e nos é dada por Deus, mas precisamos desenvolvê-la. IRMÃOS a graça de Deus não é uma desculpa para não fazermos nada. Antes, ela é uma forte razão para fazermos tudo. Tanto na religião quanto na natureza, somos cooperadores de Deus (1Co 3.6–9). Nós plantamos e regamos, mas Deus dá-nos a semente, o solo, envia o sol e a chuva e faz a semente crescer e frutificar.
A principal referência à salvação aqui é à glória final.
A palavra “desenvolvei” traz a idéia de um esforço contínuo, vigoroso: “Continuem a desenvolver”. Embora, salvos de uma vez por todas quando cremos em Jesus, os crentes não são salvos de um só golpe (por assim dizer). Sua salvação é um processo (Lc 13.23; At 2.47; 2Co 2.15). É um processo no sentido em que eles mesmos, longe de permanecerem passivos ou inativos, tomam parte ativa. É um prosseguir, um seguir após, um avançar com determinação, uma contenda, uma luta, uma corrida (Rm 14.18; 1Co 9.24–27; 1Tm 6.12).
Um teologo Warren Wiersbe a respeito do verbo “desenvolvei”. Ele diz que esse verbo tem o sentido de “trabalhar até a consumação”, como quem trabalha em um problema de matemática até chegar ao resultado final. No tempo de Paulo, esse termo também se referia a “trabalhar em uma mina” extraindo dela o máximo possível de minério valioso, ou “trabalhar em um campo” obtendo a melhor colheita possível. O propósito que Deus deseja que alcancemos é a semelhança com Cristo (Rm 8.29).
Recebemos de graça essa gloriosa propriedade; mas, agora, precisamos cultivá-la. Não a cultivamos para possuí-la, mas porque a possuímos. Paulo não está exortando cada membro da igreja a empenhar-se na obra de sua salvação pessoal; Paulo está pensando na saúde e no bem-estar geral da igreja como um todo. Cada crente e todos os crentes, num corpo só, precisam prestar atenção a esse fato.
Conforme já analisamos, a palavra traduzida por “desenvolvei” no versículo 12, o verbo grego katergazesthai, sempre incorpora a idéia de levar a cabo, de fazer uma coisa em forma plena, completa e perfeita, de modo que seja terminada e concluída. O caminho da salvação foi delineado no hino soteriológico (Fp 2.6–11). Resta aos filipenses aplicá-lo em sua vida coletiva a fim de resolver as rivalidades e as desavenças e crescerem na graça.
Um outro ponto importante desse verso 12 a posse e o desenvolvimento da salvação produzem reverência, e não relaxamento (2.12). Quando Paulo fala em “temor e tremor”, não está falando de temor servil. Esse não é o temor de um escravo se arrastando aos pés do seu senhor. Não é o temor diante de um castigo. Deus não é um policial ou guarda cósmico diante de quem devemos ter medo; nem, também, é um pai bonachão e complacente; ao contrário, Ele é majestoso, santo e misericordioso. Nosso grande temor deve ser em ofendê-Lo e desagradá-Lo, depois de Ele ter nos amado a ponto de nos dar seu Filho para morrer em nosso lugar.
“[…] não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor” (Rm 8.15). Trata-se, antes, de uma atitude de reverência e profundo respeito, na presença de Deus, de extrema sensibilidade à Sua vontade, de consciência de nossa responsabilidade à vista de havermos de prestar contas perante o tribunal de Cristo.
As pessoas que mais tiveram intimidade com Deus foram as que mais se prostraram reverentes aos Seus pés. Os que tiveram uma visão da Sua glória foram aqueles que caíram prostrados no chão em reverente adoração. Hoje, muitos demonstram intimidade com Deus em palavras, mas uma imensa distância Dele na vida.
IIRMÂOS - Outro ponto ai no verso 13 “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar…”. Imaginem se nós por nós mesmo quiséssemos e desejassemos a Deus? Eu penso que nunca iríamos.... Então meus irmãos não ficamos entregues a nós mesmos, nesta tarefa, pois Deus é quem efetua em nós tanto o querer quanto o realizar.
Deus é quem desperta o desejo Dele em nossos corações. É verdade que “nossos corações estão inquietos até que descansam Nele” e também que “nem sequer podemos começar a buscá-Lo a não ser que Ele já nos tenha encontrado. O começo do processo da salvação não depende de nenhum desejo humano; só Deus é quem pode despertá-lo.
Vamos a (1Co 12.4–7 “4 Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. 5 E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. 6 E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos. 7 A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso.” ). Por intermédio do Espírito Santo, Deus “capacita” o Seu povo para as tarefas que Ele deseja que ele faça, Deus dá o desejo e a habilidade. Deus trabalha nos crentes e os crentes trabalham para Deus. Os crentes se tornam cooperadores de Deus.
Não há nenhum desejo em nós por Deus e pela Sua obra que não proceda do próprio Deus. Mesmo quando estamos desenvolvendo a nossa salvação, temos consciência de que é Deus quem está operando em nós mediante o Seu Espírito. Em última instância, não somos nós quem trabalhamos, mas Deus trabalha em nós e por nosso intermédio.
A salvação demonstrada (2.14–16)
Irmãos agora olhando para os versos de FP 2.14-16 “14 Façam tudo sem murmurações nem discussões, 15 para que sejam irrepreensíveis e puros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual vocês brilham como luzeiros no mundo, 16 preservando a palavra da vida. Assim, no Dia de Cristo, poderei me gloriar de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente.” Eles estavam trabalhando, mas sem sintonia uns com os outros. Havia partidarismo e discordância entre eles. A igreja estava dividida. Paulo, então, exorta os crentes, dando-lhes duas ordens. Os dois pecados mencionados são exatamente aqueles que macularam o povo judeu em sua travessia do deserto (Êx 16.7; Nm 11.1).
Contenda refere-se a uma atitude interna, ou seja, uma atitude e atividade da mente e do coração, enquanto murmuração é algo externo, aquilo que manifestamos proveniente do coração e da mente. Assim, esses dois pecados cobrem todos os nossos pensamentos e ações em relação às outras pessoas. Portanto a murmuração é um pecado moral, e contenda é um pecado de rebelião intelectual contra Deus. Como a igreja deveria demonstrar a sua salvação por intermédio de seus relacionamentos?
Eles deveriam fazer tudo sem murmurações (Fp 2.14). o murmúrio de rebelião e infidelidade dos filhos de Israel em sua peregrinação pelo deserto (1Co 10.10). Os israelitas murmuraram contra Deus e contra Moisés. Eles reclamavam reiteradamente das privações, dizendo que jamais deveriam ter deixado o Egito (Nm 11.1–6; 14.1–4; 20.2; 21.4,5). Moisés os descreveu como “… geração perversa e depravada” (Dt 32.5). Muitos de nós somos como eles. Deus nos abençoa, mas há algumas coisas de que nós não gostamos. Deus então nos abençoa mais, e nós ainda continuamos a murmurar.
Eles deveriam fazer tudo sem contendas (Fp 2.14). Essa palavra tem uma conotação legal de “dissensões”, “litígios” e indica que os filipenses estavam apelando até para tribunais pagãos a fim de resolver as suas diferenças (1Co 6.1–11).
Irmãos essas atitudes são completamente opostas à atitude de Cristo (Fp 2.5). Imaginem descrentes que entrem aqui e tudo que as pessoas conhecem sobre a igreja é que seus membros vivem constantemente murmurando e contendendo, eles terão uma impressão negativa de Cristo e do evangelho.
Irmãos no verso 15 a salvação é demonstrada por meio de uma conduta irrepreensível (2.15a).
Os crentes devem se tornar irrepreensíveis.O cristão deve ser não apenas puro, mas viver uma pureza que seja vista por todos. O cristão deve refletir o caráter de seu Pai, a ponto de viver de tal maneira que ninguém possa lhe apontar um dedo acusador (Mt 5.13,45,48).
O apóstolo Paulo diz que devemos viver assim no meio de uma geração pervertida e corrupta (Fp 2.15). Devemos viver no mundo como Daniel viveu na Babilônia cheia de deuses pagãos e numa cultura pagã, sem se misturar e sem se contaminar.
Os crentes devem se tornar filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida. Ela descreve o que o cristão é na presença de Deus. O termo se vincula particularmente com os sacrifícios. Aplicado a um sacrifício significa “imaculado”. A pureza do cristão deve ser tal que suporte o juízo de Deus. A vida do cristão deve ser tal que possa ser oferecida a Deus como um sacrifício sem mácula.
É importante ressaltar que a vida cristã não é vivida em uma estufa espiritual, numa redoma de vidro, mas no meio de uma geração pervertida. Não é ser sal no saleiro nem luz debaixo do alqueire. Bruce Barton corretamente interpreta esse fato, quando escreve:
Enquanto crentes, somos desarraigados deste mundo perverso (Gl 1.4). Porque na verdade nós não somos do mundo (Jo 17.16). Ao mesmo tempo, não somos removidos fisicamente do mundo (Jo 17.15). Estamos no mundo com a missão de no mundo anunciar as boas-novas do evangelho (Jo 17.18). Assim, também, a igreja de Filipos precisava completar a sua missão no mundo, vivendo como filhos de Deus inculpáveis no meio de uma cultura depravada e pervertida.
A vida da igreja no mundo é comparada à influência da luz num lugar escuro. Toda igreja é uma casa de luz em um lugar de trevas. Quanto mais escuro é um lugar, mais a luz é necessária.
É digno de nota que Paulo não admoesta os cristãos a se isolarem do mundo nem a viverem em “quarentena espiritual”. Os fariseus eram tão alienados e isolados da realidade que desenvolveram uma justiça própria artificial, inteiramente distinta da justiça que Deus desejava que cultivassem em sua vida. Em decorrência disso, sujeitaram o povo a uma religião de medo e de servidão e crucificaram Cristo, pois Ele ousou opor-se a esse tipo de religião.
Em quarto lugar, a salvação é demonstrada por meio de uma fidelidade inegociável (2.16). O apóstolo Paulo enfatiza aqui dois pontos:
A necessidade de a igreja preservar a palavra da vida. A Palavra de Deus é singular. Ela não se assemelha aos demais livros. Ela é viva (Hb 4.12). Ela é a palavra da vida (Fp 2.16). Ela é espírito e vida (Jo 6.63). Ela é a palavra da vida porque proclama a verdadeira vida que se encontra em Cristo. Os filipenses deveriam oferecer o evangelho ao mundo moribundo, pois somente o evangelho oferece vida abundante e eterna. O ensino de Paulo não é para a igreja se refugiar entre quatro paredes, isolando-se do mundo; ao contrário, o projeto de Deus é que a igreja brilhe como estrelas numa noite trevosa e leve ao mundo a palavra da vida.
A necessidade de a igreja trabalhar enquanto é tempo. Paulo deixa bem claro que ele enfrentará “o dia de Cristo” com muita confiança, desde que seus convertidos permaneçam firmes e vivam de modo que tragam crédito ao evangelho que lhes pregou. Meu querido amigo e irmão, tem você investido na vida de outras pessoas? No dia de Cristo, você terá a alegria de apresentar a Deus os frutos do seu trabalho? Ou você comparecerá diante Dele de mãos vazias?
Conclusão
Werner de Boor apresenta essa sublime verdade de forma esclarecedora
Realmente, nenhum de nós poderá ter no coração o menor anseio por salvação se Deus não nos despertar previamente da condição de “mortos em delitos e pecados” (Ef 2.1) e nos atrair para a salvação. A cada um, porém, em quem Deus realizou isso, cumpre dizer agora com máxima seriedade: não brinque com essa salvação, siga-a realmente, não deixe escapar essa hora da graça, justamente porque ela não é apenas o seu próprio “estado de ânimo”, a sua própria ‘idéia”, mas é DEUS AGINDO EM SEU CORAÇÂO. O querer gerado por Deus – que responsabilidade isso traz para nós! Realmente só podemos aproveitar esse querer “com temor e tremor, em sagrada seriedade!
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